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Morte e Ressurreição do Vetorcardiograma

O Vetorcardiograma é quase tão antigo quanto o Eletrocardiograma.  Como ferramenta diagnóstica despertou muito entusiasmo nos anos 50 e 60. Chegou até a alimentar polêmicas sobre qual era a melhor ferramenta, Eletrocardiografia ou Vetorcardiografia.

O método, porém era de aplicação difícil, requeria equipamentos caros, a forma de registro era precário e sua realização requeria posicionamento especial dos eletrodos. Apenas uma pequena elite podia conviver com essas desvantagens.

Esses fatores levaram o Vetorcardiograma ao abandono e o seu uso prático desapareceu nos anos 70, mesmo tendo sua validade didática sempre reconhecida.

A partir dos anos 80 e 90 a situação começou a mudar. O advento das tecnologias digitais e sua utilização na Eletrocardiologia facilitaram tanto a obtenção como a visualização e registro do Vetorcardiograma.

O resultado desse progresso permitiu que hoje, com eletrocardiógrafos comuns, desde que de alta qualidade, se obtenha o Vetorcardiograma ao mesmo tempo em que se registra o Eletrocardiograma clássico, sem nenhum trabalho adicional, e com os mesmos eletrodos. A visualização e registro também recebeu enormes incrementos de qualidade, chegando a imagens 3D coloridas nas telas dos computadores.

Mais importante ainda, chegou-se ao reconhecimento de que a velha disputa Eletro x Veto não só não faz sentido como, na verdade, os métodos são complementares, a partir do fato de que são apenas abordagens diferentes para o estudo do mesmo fenômeno, cada um com méritos importantes.

Essas são constatações mundiais e estão muito bem descrita no artigo:

Vectorcardiographic diagnostic & prognostic information derived from 12-lead electrocardiogram: Historical review and clinical perspective.
Department of Cardiology, Leiden University Medical Center, The Netherlands

No Brasil, o INCOR, tradicional e importante pólo de conhecimento da Eletrocardiologia, tem colocado seu sólido conhecimento sobre essa nova visão – a EletroVetorcardiografia – na forma de cursos e palestras.

 

Oficina Hands On Veto / Eltrocardiograma (SOCESP 2017):

Oficina Hands On Veto / Eltrocardiograma (SOCESP 2017)

 

Palestra sobre EletroVetorcardiograma no ICFUC:

Palestra ICFUC_05

 

A contribuição da TEB foi dotar seus eletrocardiógrafos, da capacidade de gerar Vetorcardiogramas e EletroVetorcardiogramas

 

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Após sucesso na SOCESP 2017, curso de EletroVeto será feito em Porto Alegre (RS)

Durante a SOCESP 2017, o hands on de Vetorcardiografia foi sucesso absoluto de participação dos congressistas.

Por conta disto, no dia 30/09/2017, haverá um aula especial no anfiteatro do Centro Cultural Rubem Rodrigues (Porto Alegre – RS) ministrada pelo Dr. Horário Gomes Pereira Filho (InCor – FMUSP) e pela Dra. Eng. Renata Valeri de Freitas.

Abaixo, mais informações sobre o evento:

Palestra ICFUC_05

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EletroVeto – Hands On SOCESP 2017

 

Em parceria com o Grupo de Eletrocardiografia de Repouso do INCOR/HCFMUSP, durante o congresso da SOCESP 2017, a TEB realizou a oficina hands on em EletroVetorcardiografia, e foi sucesso absoluto de participantes.

Durante as mais de duas horas de aula (alternando entre teoria e prática), os profissionais puderam compreender os benefícios de se avaliar em conjunto dois métodos clássicos de registro das atividades elétricas do coração: a Vetorcardiografia e a Eletrocardiografia.

Utilizando o eletrocardiógrafo digital TEB ECGPC e o novo módulo para a aquisição de vetorcardiograma, os exames demonstraram aos participantes como esta tecnologia apresenta uma maior sensibilidade e precisão diagnóstica. Principalmente em condições que podem gerar dúvidas como a Síndrome de Wolf-Parkinson-White, ou a Síndrome de Brugada, isquemia coronariana, presença ou não de áreas elétricas inativas, entre outros.

Dr. Horácio Gomes P. Filho durante aula do Hands On em ELETROVETOrcardiograma.
Dr. Horácio Gomes P. Filho durante aula do Hands On em ELETROVETOrcardiograma.

 

Clique aqui para saber mais sobre Vetorcardiograma.

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EletroVetorcardiografia : Nova metodologia de análise será divulgada pelo INCOR na SOCESP 2017

pastore

Em consonância ao observado nos últimos anos na Cardiologia mundial, com um interesse maior  e aumento no número de publicações que enfatizam o uso da Eletro-Vetorcardiografia na prática médica, a SOCESP disponibilizará em seu espaço de Hands On oportunidade de aprendizado sobre tema.

 

A Eletro-Vetorcardiografia é a metodologia de análise conjunta, simultânea e integrada de dois clássicos métodos de registro da atividade elétrica cardíaca : a Eletrocardiografia e a Vetorcardiografia.

 

Através de modernos equipamentos digitais, a execução e análise conjunta gerada pela Eletro-Vetorcardiografia permite uma maior sensibilidade e precisão diagnóstica, sobretudo em condições que podem gerar dúvidas como a Síndrome de Wolf-Parkinson-White, Síndrome de Brugada, presença ou não de áreas elétricas inativas, isquemia coronariana, etc.

 

O Grupo de Eletrocardiografia de Repouso do INCOR, sob a liderança do Prof Dr. Carlos Alberto Pastore, realizará durante XXXVIII Congresso da Sociedade Paulista de Cardiologia, 3 sessões de “Hands On” em Eletro-Vetorcardiografia, nos dias 15, 16 e 17 de junho de 2017.

 

Inscrições e maiores informações em: http://www.socesp2017.com.br/hands-on/veto-eletrocardiograma.

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Hands On – ELETROVETO (INCOR)

Oficina de Veto / Eletrocardiografia (SOCESP 2017)

O curso:
Introdução ao método, aquisição e registro do vetorcardiograma; discussão dos aspectos mais relevantes ao exame da normalidade e alterações patológicas.

Coordenadores:
DR. HORACIO GOMES PEREIRA FILHO
DR. CARLOS ALBERTO PASTORE

Clique aqui para mais informações e página de inscrição.

 

Oficina Hands On Veto / Eltrocardiograma (SOCESP 2017)
Oficina Hands On Veto / Eltrocardiograma (SOCESP 2017)

 

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Estudo tenta entender os efeitos da maratona (42K) no corpo humano

Há mais de 10 anos, a equipe de profissionais das Dras. Ana Paula Sierra e Maria Fernanda realiza um estudo envolvendo atletas amadores que praticam corrida de rua, mais precisamente maratonas, provas que exigem um preparo diferenciado.

Ano a ano, os atletas fazem avaliações cardiológicas e pulmonares (Ergoespirometria), de sangue, pressão sanguínea, temperatura, entre outros.

Os dados coletados geram relatórios que facilitam a vida dos profissionais da área de esporte, porque ajudam a moldar a grade de exercícios necessários para manter ou melhorar o desempenho dos atletas.

Assista ao vídeo da matéria que foi destaque no programa Globo Esporte (exibido 08/04/2017) da Rede Globo (clique aqui).

O estudo foi feito utilizando o sistema de ergometria TEB Apex 1000 e a esteira TEB Apex 200.
O estudo foi feito utilizando o sistema de ergometria TEB Apex 1000 e a esteira TEB Apex 200.

 

 

Esteira ergométrica TEB Apex 200.
Esteira ergométrica TEB Apex 200.

 

As idealizadoras do projeto, Dras. Ana Paula Sierra e Maria Fernanda.
As idealizadoras do projeto, Dras. Ana Paula Sierra e Maria Fernanda.

 

Para mais informações a respeito dos equipamentos TEB, clique aqui ou entre em contato via telefone (11) 5018-8855.

 

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Validação do Vetorcardiograma obtido a partir das 12 derivações

 

O Vetorcardiograma tem seu valor indubitavelmente reconhecido no aprendizado dos fenômenos elétricos do coração e na complementação das informações obtidas no ECG. Apesar de tão antigo quanto o eletrocardiograma de 12 derivações, dificuldades históricas para a obtenção das representações vetoriais fizeram com que esse valioso recurso fosse relegado a um segundo plano.

Por um lado, os desenvolvimentos da Eletrocardiologia, e por outro dos recursos de computação presentes nos eletrocardiógrafos atuais, tornaram acessível a obtenção de Vetorcardiogramas, solucionando os problemas principais: custo do equipamento, forma de visualização e impressão e colocação especial dos eletrodos.

Dois métodos principais foram concebidos para a obtenção do Vetorcardiograma a partir das 12 derivações: o da Matriz inversa de Dower (1988) e o de Kors (1990).

Da mesma maneira que o Vetorcardiograma original, de Frank, esses métodos usam a matemática para, a partir dos potenciais obtidos na pele, obterem aproximações dos potenciais X, Y e Z que são as projeções do vetor elétrico do coração, para deles executar a representação espacial.

A principal diferença entre as aproximações de Frank e as que utilizam as 12 derivações é que estas demandam um maior número de cálculos. Todas são aproximações, pois as dimensões finitas do tórax, suas não uniformidades e a incerteza sobre a posição do centro elétrico do coração são fatores que impedem a obtenção dos potenciais X Y e Z ideais.

O fato é que o uso das aproximações de Frank, pelo seu pioneirismo tem seus significados amparados por uma longa experiência. As aproximações advindas das 12 derivações apresentam resultados gráficos com pequenas diferenças que, naturalmente, levaram a trabalhos cuidadosos de validação das conclusões clínicas.

Os métodos de Kors e da Matriz Inversa de Dower foram alvo desse escrutínio e foram validados para várias situações diferentes, entre as quais:

Método da matriz inversa de Dower:

Comparação da matriz de Dower inversa com outros VCG sintetizados:
A comparação de três métodos diferentes de síntese de VCG com o VCG de Frank mostrou a superioridade da matriz de Dower com relação às formas anteriores de obtenção de VCG sintetizado.
Vectorcardiogram Synthesized From a 12-lead ECG – Superiority of the Inverse Dower Matrix

Critério combinado (VCG sintetizado e ECG) para diagnóstico do Infarto do Miocárdio inferior e anterior (1995):
A combinação da informação vetorial do VCG sintetizado pela matriz inversa de Dower e do ECG de 12 derivações aumentou o desempenho no diagnóstico para infarto do miocárdio curado inferior e anterior.
Increased Sensitivity for the Diagnosis of Healed Myocardial Infarction Using Vectorial Information in the 12-Lead ECG, Journal of Electrocardiology

Diagnóstico de Infarto do miocárdio inferior usando o VCG sintetizado (1990):
O VCG sintetizado pela matriz inversa de Dower mostrou-se superior para identificação do infarto inferior do miocárdio quando comparado com o ECG de 12 derivações.
Improved ECG interpretation using synthesized VCG for the diagnosis of inferior myocardial Infarction 1990, Journal of Electrocardiology

Variação Racial no VCG derivado do ECG (1994):
Este trabalho, utilizando a matriz inversa de Dower, identificou variações em amplitude o que indica que critérios de diagnóstico vetorcardiográficos, quando baseado em amplitude, devem ponderar variações torácicas entre raças.
Comparison of the derived vectorcardiogram in apparently healthy whites and chinese, 1994, Chest.

Validação do VCG sintetizado em ondas P normais e Fibrilação Atrial (2005):
A onda P foi convincentemente preservada no VCG sintetizado pela matriz inversa de Dower e foi indicado como um método alternativo para se estudar a morfologia da onda P.
Can orthogonal lead indicators of propensity to atrial fibrillation be accurately assessed from the 12-lead ECG? 2005 European Society of Cardiology

 

Método de Kors:

Comparação da matriz de Kors com outros VCG sintetizados (1990):
A comparação da síntese do VCG pelo método de derivações quase ortogonais, método de Dower e pelo método de regressão linear (Método de Kors) mostrou as vantagens da matriz de Kors.
Reconstruction of the Frank vectorcardiogram from standard electrocardiographic leads: diagnostic comparison of different methods

VCG sintetizado pela matriz de Kors e análise de insuficiência cardíaca por dissincronia (2015):
Comprovou que o uso da matriz de Kors é justificado para a análise de insuficiência cardíaca por dissincronia mostrando boa correlação.
The synthesized vectorcardiogram resembles the measured vectorcardiogram in patients with dyssynchronous heart failure, Journal of Electrocardiology

 Validade do VCG sintetizado no cálculo do ângulo QRST (2010):
Esse estudo demonstra que o uso da matriz de KORS fornece estimativas melhores do ângulo QRST e propõem que seja preferida em relação à matriz inversa de Dower.
The spatial QRS-T angle in the Frank Vectorcardiogram: Accuracy of estimates derived from the 12-Lead electrocardiogram. Journal of Electrocardiology 2010

Influência da matriz de síntese no cálculo do ângulo QRST na predição de arritmias (2011):
Esses estudo mostrou que o poder discriminativo do ângulo QRST calculado pela matriz de Kors para indicação de terapia de CDI foi maior do que com a matriz de Dower.
Influence of the vectorcardiogram synthesis matrix on the power of the electrocardiogram-derived spatial QRS-T angle to predict arrhythmias in patients with ischemic heart disease and systolic left ventricular dysfunction. Journal of Electrocardiology 2011.

Histórico do Vetorcardiograma e uso do VCG sintetizado para diagnóstico e prognóstico (2015):
Descreve o conceito de vetor cardíaco, define análise e interpretação de VCG e aponta os caminhos futuros de uso do VCG para pesquisa e diagnóstico, recomendando o uso da matriz de Korz.
Vectorcardiographic diagnostic & prognostic information derived from the 12‐lead electrocardiogram: Historical review and clinical perspective. Journal of Electrocardiology 2015

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TEB MVT – Módulo de Síntese de Vetorcardiograma

O que é:

O TEB MVT é um programa que apresenta e imprime o Vetorcardiograma correspondente a um traçado de ECG convencional de 12 derivações.

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O produto é um módulo: ele não funciona isoladamente, devendo ser instalado agregado aos programas básicos de operação dos eletrocardiógrafos TEB: o ECGPC adquirido a partir de junho de 2015 e o C30+ a partir de 2016.

O que faz:

O MVT parte de um registro de ECG convencional captado pelo eletrocardiógrafo TEB utilizado. Através de transformações matemáticas calcula as derivações de Frank correspondentes e sintetiza o Vetorcardiograma. O programa desenha as alças de P, QRS e T nos três planos convencionais (frontal, horizontal e sagital) ou num visualizador “3D”. A partir do traçado do Vetorcardiograma sintetizado, o programa calcula:

  • Os valores máximos do módulo do vetor nas alças de P, QRS e T (“amplitudes cúbicas”).
  • Os valores máximos do módulo da projeção do vetor em cada plano das alças de P, QRS e T.
  • Os ângulos dos eixos de P, QRS e T nos três planos convencionais.
  • O sentido de rotação da projeção do vetor de cada alça, nos três planos.

Derivações de Frank, Alças nos planos convencionais e Medidas Numéricas:

Tela em destaque do software MVT
Tela em destaque do software MVT

Visualização em 3D:

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Relatório Impresso:

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Operação:

A partir de um registro de ECG convertido em um traçado Vetorcardiográfico, o programa permite:

  • Ajustar os limites para os laços de P, QRS e T.
  • Escolher os ganhos de cada laço.
  • Observar detalhes das alças na tela de visualização 3D.
  • Editar um texto de Comentários.
  • Imprimir a Análise, com os traçados, as medidas e os comentários.

 

Para que serve:

O Vetorcardiograma é útil para mostrar a atividade cardíaca de uma maneira espacial, complementando a visão “temporal”, oferecida pelo ECG convencional.

Clinicamente, pode ser utilizado para auxiliar o diagnóstico diferencial em diversos casos, dos quais podemos salientar: síndrome de Brugada, hipertrofia ventricular ou na determinação das áreas lesionadas por infarto.

Existem estudos mostrando sua utilidade ligada a ressincronizadores cardíacos. O Vetorcardiograma pode ser utilizado em sua indicação, no posicionamento dos eletrodos e também em sua programação.

 

Bibliografia:

  • Significance of Vectorcardiogram in the Cardiological Diagnosis of the 21st Century – Clin. Cardiol. 30, 319–323 (2007) – Riera ARP, Uchida AH, Ferreira Filho C, Meneghini A, Ferreira C, Schapacknik E, Dubner S, Moffa P.
  • Vectorcardiogram more sensitive than 12-lead ECG in the detection of inferior myocardial infarction – Clinical Physiology (1990) 10, 551-559 – Edenbrandt L.
  • 12-Lead Vectorcardiography in Ischemic Heart Disease. – J Electrocardiol. 1992;24 Suppl:188-93 – Macfarlane PW.
  • Vectorcardiographic QRS area as a novel predictor of response to cardiac resynchronization therapy. – Journal of Electrocardiology 48 (2015) 45-52 – van Deursen CJM. 
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